sábado, 29 de agosto de 2015

I'm never gonna know you now, but i'm gonna love you anyhow...

           

 Ainda preso à ideia de esperança, depois de colocar tudo na balança e ver a corda romper, o fim da dança, a alegria morrer e a melancolia criar tranças. Porque eu escolhi esse titulo? Bem, pelo simples fato de estar escutando agora essa musica, no repeat, com meu headphone no volume alto, em uma odisséia de melancolia. O nome da musica é "Waltz #2" ("Waltz #1" é outra que eu adoro) do Elliott Smitth, e fala sobre a relação conturbada dele com sua mãe, porém acho que sintetiza bem meu tormento, saber que nunca vou conhecer a pessoa que habita minha mente, porém vou ama-la de qualquer forma, mesmo ela não existindo. Esse é mais um texto "sombrio", as aspas são pelo fato de sombrio ser um tanto quanto idiota, penso num emo, se achando "beri dark", com suas pulseiras de couro, na sombra de uma arvore da praça, chorando. Não sou emo, não costumo chorar, não sou nem triste. Porém, ultimamente, os materiais "artisticos" produzidos por mim tem caminhado em um caminho mais escurecido, minhas fotos se abstraindo, meus textos se tornando mais "existencialistas" e eu andando no caminho oposto, fazendo novas amizades, querendo conhecer gente, saindo da minha arvore oca, como o "totoro", para conhecer as crianças que habitam essa terra, porém não quero conhecer crianças, e sim pessoas da minha faixa etária, que podem ser consideradas crianças aos olhos de muitos, porém, julgo um como criança por idade mental e não fisica.
     Vegetarianismo, estou me tornando mais gay também, aos poucos, porém sem me atrair por homens. Escolhi ser vegeriano, e isso é tudo, não posso explicar mais que isso, por não saber explicar mais que isso. Como você leu no post anterior, caro leitor(a) inexistente, comecei a fumar maconha, e meu medo, de passar mais tempo fora de mim, foi superado. Consumo a Cannabis Sativa apenas socialmente, nos fins de semana, não quero comprar em quantidade suficiente para sobrar, quero apenas usos unicos. Eu continuo pesquisando e aprendendo cada vez mais sobre a erva, como por exemplo, o fato de eu ter que comer aproximadamente vinte e dois quilos dela, para ter uma overdose, ou fumar seicentos e vinte dentro de quinze minutos. Algo me diz que não corro risco de vida.
     As questões existencialistas continuam, eu SOU, na maior parte do tempo? Sinto que a indiferença diminuiu, porém ainda sinto o restício ali, se prendendo por um fio de aranha, ameaçando partir-se, porém apenas como blefe para pegar a presa, que, no caso, é o eu livre da mesma, preso num quartinho almofadado, lá em baixo, no âmago. Eu consigo lembrar das minhas felicidades, das sensações fortes, mas não sinto-as mais, parece que o dia passa e só, tanto faz, tanto fez. Vou para o trabalho, sorrio para todos e todas, não para mostrar algo, fingir alegria, mas sim pelo poder do sorriso, eu posso estar ajudando a pessoa, um sorriso é gratis para mim, porém pode ter um preço imensuravel quando dado à pessoa certa na hora certa, e como não existe uma forma de saber a hora certa, tento dar o tempo todo. Palestras, conhecimento, que muda o modo de pensar, faço isso por causa de uma "conversa" do TedX sobre suicidio, mais especificamente, um preventor de suicidios da Golden Gate Bridge em San Francisco.
     Eu fico me lembrando dela, que ja se foi, que eu deixei ir, que eu fico feliz de ter ido. Quando vejo uma garota da sua altura de costas, cabelo liso, lembro. Quando vejo uma garota com um corpo parecido com o dela (principalmente as pernas), lembro. Vestidos, narizes, me lembram. Eu estava indiferente quando à conheci, porém mesmo assim, foi a parte mais feliz que tive até agora, nessa coisa chamada vida. Dai, você se pergunta, porque então você fica feliz de não estar com a pessoa que lhe proporiconou a melhor epoca da sua vida até então? Bem, para começar, devo dizer que isso é um desabafo, mas como você não existe, não tem como você se importar com isso, certo? Caro leitor? Eu dei tudo de mim, não em sentido figurado, mas sim com toda a literalidade possivel, eu fiz de tudo no meu poder. Incontáveis vezes ouvi coisas que eu não merecia ouvir, claro que ja falei merda, porém sempre sem querer, e machuquei apenas indiretamente, porém recebi socos no peito que secaram a boca, aumentaram a respiração e fizeram meus olhos heteros transpirarem (só aconteceu uma vez, depois disso tentei me proteger mais). Esse é o motivo, dar tudo e receber, bem, não receber. Quando percebi que ela ja tinha terminado o namoro comigo sem me avisar, apenas me colocando cada vez mais no posto de amigo que namorado, eu decidi que não, não iria me submeter à isso, existem por ai, tantas pessoas incriveis, esperando receber tudo e dar tudo de sí, eu não poderia me prender à alguém que nem sem importa mais com o que recebe, como uma criança mimada demais que já não se empolga com nenhum presente, independente do trabalho necessario para contrui-lo. Terminei tudo, e então, ao anunciar que nao deveriamos mais nos falar, eu imaginei que ela finalmente deixaria de ser egoísta e me dar isso, ela não deu. Voltou chorando, e eu, fui seu amigo, por um tempo. Então, foi a minha vez de não se importar, o que não foi uma decisão consciente, porém eu era consciente do que eu tinha me tornado, apatia em pessoa. Eu literalemente não me importava mais com nada que ela pudesse me dizer, fazer ou sentir. Espero que ela seja feliz, e muito. Eu a amei, e ainda reconheço o quanto combinavamos, não consigo deixar de lembrar. E como não consigo deixar de lembrar, não consigo esquecer, e aquele que não esquece, não perdoa. Nada na vida é definitivo, em dez, quinze anos, se nos reencontrarmos, seremos dois seres totalmente diferentes do que fomos quando juntos, quem sabe eu possa conhecer essa nova Marina e gostar dela mais uma vez, porém a Marina que me machucou tanto (ela não teve ideia de quão grande essa quantia foi, eu sempre escondi para não lhe causar mal, consolando ela quando ela estava errada) nunca será perdoada, essa Marina está morta na minha vida, e não tenho nada contra os mortos. Assim como os nossos entes queridos que se vão, pedaços ficam perdidos em nosso mundo, e eu a revivo, ao me torturar escutando Los Hermanos e Banda do Mar, que eu nem ao menos gosto, mas eu escuto como se fosse ela, eu e ela nos tornamos um novamente. Ela partiu o muiraquitã que eu guardava dentro do peito,  não o de madeira, que guardo numa caixa de oculos, porém apenas até uma nova pessoa aparecer. Decidi que meus traumas, minhas experiencias, minha bagagem não são problema da pessoa nova, e que não vou dar apenas o que conseguir para me proteger, vou dar tudo, pois ela vai merecer, no minimo, tudo que eu puder dar. Espero fazer assim até o meu fim. Pisei em pregos deixados no passado, ao tentar construir uma estrada para o futuro, e não vou condenar aqueles que andarão ao meu lado com isso. Quero provir de uma passagem limpa e pura, apenas quem eu sou que nunca irá perder o passado, sou o passado, respondendo ao que vem e virá. Por isso, quando essa pessoa aparecer, o muiraquitã de madeira vai conhecer, o vento e a gravidade, e ver eu me afastando rapidamente, quando voar pela minha janela. Quando eu ainda estava com ela, eu fantasiava, nosso termino, então nossas vidas continuando, e eu famoso, no programa do Jô, usando o muiraquitã no pescoço para dizer que nao tinha esquecido. Não vou fazer isso. Muita coisa aconteceu no contratempo dessa utopia com o sofimento em demasia. Então, agora você entende, leitor(a) inexistente? Espero que sim, caso contrário, você é doente. A verdade é que eu só queria rimar nessa linha, você não é doente.
      O que mais posso dizer, a esperança é a ultima que morre, porque no dia em que essa danada morrer, eu provavelmente morro junto.

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